Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

quinta-feira, 8 de março de 2012

With a little help from my friends


Há 10 dias, no domingo, 26 de fevereiro, foi publicada uma matéria no Diarinho cujo título era "Mamães conectadas". Fui convidada a participar e adorei a idéia, era uma chance de divulgar o blog que escrevo com tanto carinho.

Sessões de fotos, 30 minutos de conversa gravada e pronto. Agora é esperar sair no jornal. Viajei na época em que a reportagem foi impressa. Tive acesso à matéria pela web, mas já alertada por meu marido: "As fotos estão ótimas, mas você não vai gostar do texto...". Li com o coração aberto, tentando ver o lado positivo. Realmente, a conversa de 30 minutos tinha transformado-se em 4 frases soltas, descontextualizadas. Eu, a virginiana mais insegura do mundo, virado uma super mulher prepotente e dona da verdade.
Nada de críticas à Emanuelle Lobo, jornalista responsável pela matéria, que foi, durante todo o processo muito simpática e atenciosa e tentou resumir no pouco espaço que tinha a história de 2 "mães conectadas", mas... Agora entendo os artistas e políticos criticando a imprensa.
Como estava viajando, engoli a matéria e a esqueci. Mas ao retornar, recebi comentários da matéria em todo lugar: salão de beleza que frequento, amigos distantes, alunos, lojas e até no supermercado. Todo o equilíbrio entre a sanidade e o pânico foi quebrado quando soube que a matéria havia sido discutida na sala de aula do André. Uma coleguinha havia levado o jornal para mostrar a todos e a professora achou por bem discutir durante a rodinha. O mesmo ocorreu na biblioteca do colégio, na hora da contação de histórias. Agora sim, estabeleceu-se o pânico total.
Resolvi escrever. Com todo cuidado do mundo, escrever de peito aberto e dizer que sem ajuda dos que me rodeiam não conseguiria ter feito nada na minha vida.  Dizer que, por traz do "Dou conta de tudo!" dito na matéria, tinha uma mãe que fazia apenas o melhor que podia, que tinha um marido maravilhoso e contava com a praticidade das coisas dos Estados Unidos. Mãe que muitas vezes chorou de cansaço durante o banho no final do dia, mãe cuja maior tentação era colocar Dramin ( remédio para náuseas que causa muita sonolência) no leite do filho para prolongar a "nap time ☺ e que morria de saudades de uma vida social sem filhos.  Não quero parecer especial pelo que fiz, na verdade, eu era uma pessoa ordinária nos Estados Unidos.
A geração mais antiga aqui do Brasil, composta por nossas mães e avós, viveram em uma época onde encontrava-se ajuda fácil, onde existia babás em abundância passavam toda uma vida na mesma família. Muitas dessas pessoas e algumas da minha geração justificam a frase colocada na reportagem: “As pessoas olhavam pra mim como se eu fosse uma anomalia, por criar meus filhos sem ajuda de ninguém”
Ajuda de ninguém vírgula, tinha meu marido. Tinha alguns amigos brasileiros que estavam no mesmo barco e ajudavam a aplacar a solidão e havia também, os blogs! Sim, eu era frequentadora ativa de vários blogs de educação infantil onde eu pegava dicas, conselhos, achava soluções e me inteirava da programação infantil. 
Ao retornar ao Brasil, vi uma realidade não muito distante da minha. Famílias ficando mais atentas a educação dos filhos, com dificuldades de conseguir babás e empregadas domésticas, querendo engajar-se em uma programação cultural mais frequente com seus filhotes... Porém, cada um no seu quadrado. Todos com os mesmos problemas porém tentando conseguir sozinhos as soluções. Quando muito compartilhando com um ciclo pequeno de amigos e família.
Acho simplesmente que devemos nos ajudar mais. Por isso escrevo. Se meu filho ainda faz xixi na cama, se precisa de um bom oftalmologista ou simplesmente quer assistir a uma boa peça infantil, há de haver outras crianças com as mesmas necessidades. Se resolvo o problema de meu filho de uma maneira, há de haver outras mães que possam beneficiar-se com essa informação.
Escrevo e tento estimular as pessoas a escrever, divulgar seus truques, suas façanhas de mulher tentando ser a melhor mãe possível.
Eu sou Iusta Caminha, mãe, médica e professora. Preciso de ajuda na criação dos meus filhos. Sou cheia de dúvidas, medos e receios. Tento me virar como posso nessa selva de pedra. Escrevo um blog para ajudar outrs mães. Escrevo para ajudar a mim mesmo a digerir situações do dia-a-dia. Tenho muito a escrever ainda.  Essa sou eu.

3 comentários:

  1. Muito bom, Iusta. É isso aí!!
    Parabéns.
    Camila

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  2. Te entendo perfeitamente!!!
    Também sou mãe, mulher, profissional e sem babá!!!!
    Aqui em casa sou eu, minha Malu e meu marido. E com erros e acertos mas com muita alegria crescemos juntos a cada dia!
    Beijinho

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  3. Olá Iusta,
    aqui quem digita é a Val(mãe da Thaís) me sinto na obrigação de lhe falar que realmente vc é um referencial de como ser mãe, pelo menos pra mim.
    Acompanho sempre seu blog, e aproveito sempre suas dicas.
    Poucas são as mães que dedicam seu tempo livre para dicas tão valiosas.

    Lembro-me do período de adapatação do André na escola e observava o comportamento de tantas mães.
    Muitas estavam apreensivas em deixar "seus bebês" pela primeira vez na escola,algumas que não tiravam o olho do relógio pois ainda tinham q ir pro trabalho, outras que estavam pensando na academia, umas contrariadas pois seus filhos não estavam mais sendo o centro das atenções, enfim crianças acompanhadas por avós, tias e algumas por babás.
    Mas o que me chamou atenção em vocês foi o fato de vc está ali pra motivar,incentivar ao André ao novo ambiente, estava sempre ao lado dele brincando com ele.
    É nesta hora que podemos vê qual tipo de mãe vc é....o que importaria a material no jornal dizendo "dou conta de tudo" se não houvesse a cumplicidade escancarada que presencio sempre que vejo você o André juntos?
    A familia unida e feliz que pude vê no aniversário do André.
    Além de lindos o André e Igor são super educados e demonstram ser crianças felizes e isso é o que realmente importa.

    Desculpe o relato gigante :)

    Um abraço de mãe.
    Val

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