Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

sábado, 9 de agosto de 2014

Crônica do pai que viaja. ( ou feliz dia dos pais aos gigantes)


Bem que eu desconfiei. Aquelas vozes...

Explico melhor para que vocês entendam: Na quarta-feira a noite, ao passar pelo quarto dos meninos, ouvi vozes. Não eram deles, pois dormiam. Eram de outra coisa. Digo coisa pois aquelas vozes não pareciam de gente. Hora finas, hora grossas e pareciam eufóricas. Como não consegui entender o que diziam e tinha muito o que fazer, não dei a devida importância.

Voltei ao meu quarto. Fábio viajaria na manhã seguinte, logo ao raiar do sol. Arrumamos a mala, conversamos e namoramos para espantar a saudade que já queria chegar. Quando o despertador tocou às 4:45, tudo estava pronto e Fábio partiu.

Já era hora de começar a rotina diária e fui até o quarto dos meninos. Novamente escuto as vozes. Agora com a quietude da casa e sem o burburinho da cidade que ainda se espreguiçava pude entender o que diziam:  “Essa é a nossa chance”, “Vamos lá,  essa é a hora!”, “Hoje iremos conseguir!”. Eram gritos de guerra, palavras de ordem. Continuei escutando e me aproximando do banheiro, onde as vozes pareciam mais fortes. “Finalmente o gigante saiu, aquele que espreita, vigia e protege, sem ele por perto nós conseguiremos!”

Fiquei tentando entender o que significava tudo aquilo, mas não podia interromper o cronograma matinal. Tomei café da manhã e já estava pronta para o trabalho quando voltei ao quarto dos meninos para acorda-los. As vozes tinham desaparecido. Acordei um, dei o cereal matinal, acordei o outro e... “Mãe, estou com muita dor de cabeça”. E ao tocar sua testa percebi a febre.

Ah... Como fui desatenta. Claro! Agora tudo fazia sentido. A viagem do Fábio, as vozes, o gigante que vigia e protege, André doente. Não era a primeira vez que André adoecia logo após uma viagem do pai. Na verdade, era a terceira vez. Eu devia ter desconfiado que eles atacariam novamente. Só o Fábio sabe lidar com eles, e só ele os espanta.

É que pai tem uma luz que lhes sega os olhos. Marcha rápida que os assusta. Pai mostra o caminho a ser seguido, deixando-os para trás. E Fábio, em especial, tem uma ternura que os paralisa, ninguém chega perto quando ele abraça os meninos. Eles viram a grande chance ao ver Fábio sair. Mas eu poderia ter evitado, devia estar atenta e ter logo pegue seu perfume  ou seus sapatos e colocado no quarto dos meninos, `as vezes, isso basta.
 
Agora é controlar a doença e esperar o Fábio chegar. Ele cura tudo, a si próprio e a nós todos. Cura nossos dias ruins, nossas mazelas. Fábio é como presente que faz sorrir, um pai atento, um pai que deixa saudade infinita ao viajar.

Amamos você, papai.



PS. História baseada em fatos reais. Em 3 viagens, 3 doenças, com o mesmo quadro clínico e sem diagnóstico preciso. E quem irá dizer que não escuto vozes?
Feliz dia dos pais aos gigantes protetores.

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