Por
que ainda levo meu filho de 7 anos para ver Chapeuzinho vermelho no teatro?
Por
que é teatro. Teatro infantil.
Saber
o final da história não tira a beleza da peça. É como aquele livro que relemos
mesmo sabendo o que vem na próxima página. Também não há idade nem gênero
certos para ir a uma peça infantil.
Cada
idade percebe a peça de uma forma diferente.
Interage, participa. Cria novos questionamentos e dilemas.
Dia desses, assistindo Aladim no teatro do
Dragão do mar. Depois de ter assistido várias vezes em outras versões, André se tocou que Aladim era um ladrão que
roubava comida na feira. Ficou indignado. O herói da história era um ladrão?! Perguntou se era verdade, ponderou, justificou
e tirou suas próprias conclusões. A ida ao teatro gerou um papo cabeça super
legal e educativo.
No
teatro podemos avisar que, na verdade, não é a vovozinha que está ali, e sim, o
lobo mal. Na vida real, a gente nunca sabe...
No
teatro infantil temos finais felizes. Estamos precisando de mais finais felizes
hoje em dia! O teatro faz sonhar!
A
história é sempre contada de um jeito diferente. Depende do dia, depende da
plateia. Depende mais ainda do grupo de teatro que apresenta a peça.
Quem
já viu Chapeuzinho vermelho com o grupo Catavento? É muito bom! Eu tenho 37
anos e ri e me diverti muito. Na escala de programas legais, esse ganharia 5
estrelinhas. Na verdade, Marcelino Câmara sempre agrada nos palcos. É de uma
sensibilidade e humor cativantes.
Chapeuzinho
Vermelho com a Comédia Cearense também é muito legal. Eles destacam o caçador
como um dos personagens principais desde o começo da peça. Na verdade, ele é um
faz-tudo que prende lobos nas horas vagas. A peça diverte e conquista até os meninos de 7 anos, “quase rapazes”
interessados em videogame e que chamas os jogadores da liga dos campeões da
Europa pelo nome.
O teatro
é imprevisível, dinâmico e surpreendente até em peças da Chapeuzinho vermelho. Quem
já viu Solange Teixeira interpretando a Chapeuzinho sabe do que estou falando.
No palco do Celina Queiroz ela deu um show. Se tiver seu nome no cartaz da
peça, pode ir que é diversão certa.
Falo
do nome das companhias e, sempre que sei, falo também do nome dos atores para
valorizar o trabalho, o dom e a disposição. Tem criança chorando e gritando durante
o espetáculo e ainda assim eles brilham. Convidam, incitam e divertem crianças
de todas as idades.
Voltando ao Aladim e à espontaneidade do
teatro, as calças do gênio caíram no meio do espetáculo. Desastre? Que nada.
Pura diversão. Carri Costa ( Companhia Cearense de Molecagem) usou o ocorrido
para abrilhantar ainda mais sua apresentação. Os meninos falam até hoje e o
reconhecem em outras peças: - Mãe, o pai da Bela era o Gênio do Aladim! Isso
quando assistimos ao musical A bela e a fera no Teatro José de Alencar.
O
teatro diverte mas também emociona. Já faz um bom tempo que assistimos “O som
das cores” no teatro Caixa Cultural. A peça conta a história da menina Lúcia
que perde a visão aos 15 anos e sai procurando seus olhos. O espetáculo é lindo e de qualidade técnica
impressionante, apresentado com bonecos pela Companhia Catibrum. Eu chorei,
André chorou, Igor chorou. Os três abraçados ao final da peça. A menina não encontra os olhos, mas encontra
muitas outras coisas pelo caminho. Até hoje os meninos falam da Lúcia.
Pois bem. Continuarei levando meus meninos para o teatro
infantil. Eles continuarão crescendo, desenvolvendo novos interesses, e eu
continuarei comprando nossos ingressos. Sempre há o que aprender indo ao
teatro. Desde o respeito à fila até aplauso ao final da peça.
André era
provavelmente a criança mais velha naquele domingo no Teatro Arena Aldeota para
assistir à Chapeuzinho Vermelho. Notei e fiquei de certa forma constrangida,
por mim e por ele. Porém, ao invés de não leva-lo mais, venho aqui para convidar
a todos para irem conosco ao teatro!
O Folga da babá tem o compromisso de divulgar as peças
infantis que forem aparecendo pela cidade. Fazemos questão de prestigiar o
teatro. Acompanhe o instagram ( @folgadababa) e o facebook do blog para sempre
receber noticias sobre peças infantis.
Acompanhe também a programação dos palcos que estamos sempre
visitando: Teatro Arena aldeota, teatro Sesc Emiliano Queiroz e Praia de
Iracema, Teatro José de Alencar, Teatro do Centro Dragão do Mar de arte e
Cultura, Centro Cultural Banco do Nordeste, Teatro Celina Queiroz, Teatro Nadir
Saboya, Teatro da Praia, Viva escola de artes, Teatro Via Sul, Teatro Rio Mar,
escola de atores Marcelino Câmara...
Se tem mais, vamos descobrir!
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