Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

terça-feira, 9 de junho de 2015

"Salvar uma criança é salvar o mundo"


Marina foi a única criança que topou fazer um passeio na praia naquela tarde. Os outros se distraiam com bola e piscina. Com o sol ainda alto, fomos, eu e ela, caminhando contra o vento em uma das praia mais bonitas que conheço: praia da Redonda em Icapuí.

A praia é formada por uma grande enseada emoldurada por falésias em seus dois estremos. A areia brilha à luz do sol ou da lua formando um prateado elegante. O monótono da areia é quebrado por pedras que se expõem na maré seca e se escondem na maré cheia. O mar é tranquilo para o banho e abriga sem reclamar diversas embarcações dos pescadores locais.

Seguimos nosso passeio distraídas com a beleza do lugar e com a vida marinha que habitava as piscinas naturais. Porém, vez ou outra nossa diversão era interrompida por sacos plásticos voando, garrafas PET enterradas na areia e restos do que deveria ter sido um agradável piquenique na praia. Não raro as ondas traziam mais plástico, mas do que não deveria estar ali.

Que tipo de pessoa faria isso? Falou a menina com tom de lamento. Já catequizada pela educação ambiental fornecida na escola e com certeza influenciada pelo exemplo dos pais, Marina achou aquilo um absurdo.
Eu, infelizmente já calejada pelos absurdos vistos ao longo da vida, teria respondido:  toda sorte de gente, pessoas ordinárias, dessas que vemos aos montes por ai.
Esta seria minha resposta sincera, mas limitei-me a dizer: São apenas pessoas que não conhecem a importância da natureza e não tem a educação necessária para medir o mal que faz ao jogar lixo na praia.

Marina continuou falando dos sacos plásticos, das tartarugas, dos golfinhos e do tempo de decomposição dos diferentes tipos de materiais. Eu escutei atenta e de quando em vez confirmava a informação que me era dada, mesmo sem saber ao certo as dezenas ou centenas de anos que uma garrafa PET levava para se decompor.

Identificar coisas erradas é excelente para educação das crianças. Mas o bom mesmo é fazer a coisa certa. No dia seguinte, levamos sacos de lixo de 50L para o nosso passeio da tarde. Conseguimos um ajudante, Igor, que animou-se com a atividade de catar lixo na praia! O passeio foi curto pois não demorou muito para conseguirmos encher os dois sacos.

Terminamos nossa caminhada bem felizes por termos feito alguma coisa para minimizar a sujeira da Redonda. Coisa bem pontual, que vai pouco além de nós mesmos. Mas, como sempre escuto uma amiga falar: salvar uma criança é salvar o mundo. Então... Marina e Igor, a bola está com vocês!




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