Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Anger management program


Será que preciso entrar em um? Anger management programs devem ser benéficos para uma pessoa como eu que tenta ficar pacatamente em seu lugar na fila esperando pacientemente a vez.
Tal questionamento me veio a cabeça no último domingo, na fila para entrar no teatro Arena Aldeota, onde eu e André esperávamos comendo nossas pipocas para assistirmos a peça Peter Pan.
Vou contar a história para que entendam melhor. Mas não prometo imparcialidade, conto a minha versão, e só por ela respondo. Versão cheia de raiva e tristeza pela falta de educação e cordialidade do nosso povo. Falta de educação gratuita, na frente do meu filho e de muitos outros filhos que poderiam ter exemplos melhores dos adultos que os cercam.
Cheguei cedo, como toda pessoa que quer sentar na frente em um teatro deve chegar. Comprei meu ingresso, comprei pipoca e fiquei na fila para entrar no teatro.  Eu e André. Batendo papo, procurando gente conhecida, fazendo novos planos.  E suando...
Faltando 10 minutos para as 17:00h, abriram os portões . A fila para entrar já ia longe na calçada do teatro.
Peguei a mão do André e caminhamos rumo a porta de entrada,  acompanhando o ritmo da fila. Sem mais nem menos, surge uma senhora com salto 15, cabelo louro louríssimo e bolsa de marca,  carregando uma pobre neta e um pobre marido, um em cada mão.  Entra na minha frente, sem a menor questão de evitar contato físico e,  já na minha frente e de costas para mim, balbucia:
-       Vou entrar na frente pois tenho prioridade.
Senti, neste exato momento,  muita falta de nunca ter feito um curso de anger management . Técnica de relaxamento,  respiração abdominal... Qualquer coisa que me fizesse ficar serena naquela hora. Apeguei-me a única que tinha, André.
Porém falei, pois ficar calada iria causar entupimento súbito de todas as minhas coronárias:
-       Senhora?
Ao me ouvir, o pobre marido disse envergonhado:
-       Prioridade, você sabe. 60 anos...
-       Sei sim senhor, sei dos direitos de sua esposa,  o problema não é esse e sim a maneira de exerce-lo. Sei também da prioridade das pessoas com criança de colo.
O senhor virou-se, cochichou no ouvido de sua esposa e ganhei, além da raiva para um dia inteiro, uma rabissaca.
Mereço. Claro que mereço.
O terror no teatro não termina por ai. Para chegar em nosso acento, eu e André tivemos que desviar de bolsas, revistas e até óculos voando de cadeira em cadeira para guardar lugares. Guardando lugar para pessoas que chegaram depois de mim, mas sentarão na minha frente, claro. Sem terem suado no calor da calçada ou levado rabissaca de dondoca metida.
O que o homem não faz para garantir o “melhor” lugar possível na peça de teatro infantil para seus filhos e netos... Déspotas  cegos. Nada esclarecidos.
Se fazemos isso por um lugar no teatro, o que dirá por coisas de real importância.
Pessoas de má fé tem em todo canto, o problema é serem a maioria.

3 comentários:

  1. Iusta, confesso que meus ovários vieram parar nas amigdalas de tanta raiva! Eu ODEIO gente mal educada, que se acha superior aos outros, que se acha "mais esperto" e que acha que tem mais direitos. Isso sinceramente me revolta. E o pior, que exemplo dão para as crianças???

    Ano passado, no festival de ballet da Julia, tivemos comportamento semelhantes de pais e mães que queriam estar na primeira fila em todas as apresentações (eram 4 apresentações idênticas) e o mesmo grupinho fez confusão pela primeira fila em todas as apresentações. Houve até bate-boca, um absurdo.

    Enfim, nos resta ter muita calma pra não voar no pescoço dos mau-educados e, infelizmente, ensinar a nossos filhos através dos exemplos negativos dos outros...

    Syl
    http://minhacasinhafeliz.blogspot.com.br/

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  2. É duro em Iusta? Mas é assim que ocorre por aqui, em quase todo canto. Nem precisa ser uma dondoca de salto alto, pode ser uma descamisada com havainas, vai fazer o mesmo. A falta de civilidade não tem fronteiras sociais. Temos exemplos da falta dela nos conjuntos habitacionais mais modestos e nos condomínios luxuosos das Dunas e Meireles!

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  3. Eu sempre passo por esse tipo de coisa, mas as vezes acho que eh so comigo. Que bom ter lido este post! So que eu nunca digo nada porque eu SEI que o resultado nao vai me favorecer. Ou recebo outra grosseria, ou um solene ignore, como no caso, que so vai me deixar com mais raiva. Eu desenvolvi um mecanismo para achar esse tipo de coisa engracada. E evito ao maximo locais com muita gente. Supermercado, banco, cinema... me pergunte em que dia e hora eles estao vazios. Eu sei, eh o horario que eu frequento. Vamos ver ate quando eu consigo me isolar...

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