Você
passa tempo suficiente com seu filho?
Essa
pergunta faz suspirar. Mexe na ferida e dá um frio na barriga. Muitas de nós mães provavelmente acham que não passam tempo suficiente com os filhos.
Agonia,
estresse e culpa rodeiam nossa cabecinha materna disfuncional. Somos uma
geração de mães que quer estar intensamente presente na vida dos
filhos. Porém trabalhamos, estudamos e vivemos em um mundo violento, o que
muitas vezes estraga nossos planos.
Pois
agora vem um alento. Quem traz tal consolo é a ciência, a matemática e a
estatística. Mas como coração de mãe pouco entende dessas coisas, vou aqui
tentar juntar os dados científicos com uma boa dose de sexto sentido.
Explico. Foi publicado um grande estudo analisando a relação entre o
tempo que as mães “gastam” com seus filhos e as repercussões que isso teria no
desenvolvimento deles.
Sabe
o que os cientistas acharam? Nada.
Não
há diferenças relevantes entre as crianças de mães que passam muito tempo com
seus filhos para as crianças que não tem esse privilégio de ter a mãe por perto
na maior parte do dia.
Digo,
nem mãe, nem pai.
O
fato é que não adianta ficar por perto demais, monitorar demais, ficar disponível
demais. Isso não vai melhorar o rendimento escolar do seu filho, não evitará
que ele tenha transtornos emocionais ou cometa atos de delinquência. Esses foram os 3 desfechos analisados pelo
estudo.
A
pesquisa envolveu algo em torno de 3 mil crianças. Filhos de famílias
cadastrados em um centro de pesquisa familiar desde 1968 pela Universidade de
Michigan nos Estados Unidos.
É
estranho, não é?
Quem
poderia imaginar? Nem os cientistas que elaboraram o estudo esperavam tal
resultado. Por isso ele gerou tanta repercussão entre estudiosos do tema.
O
fato é que parece que estamos indo na contramão da educação. Agarramos com
unhas e dentes a causa errada. Fazemos
das tripas coração para dar tudo aos nossos filhos. Estamos investindo no lugar
errado.
Sabe
o que realmente parece fazer a diferença no futuro dos nossos filhos? A nossa
felicidade. A nossa realização, e não a deles!
Esses
foram os aspectos que realmente fizeram a diferença: escolaridade materna, bem–estar e satisfação financeira da família.
Se
queremos investir em nossas crianças, o investimento na realidade deve ser
feito nos pais, nas famílias. Faz sentido, não?
O
estudo também alerta: se é para investir em tempo com os filhos, invista na
adolescência e não na infância. Isso por que o estudo encontrou impacto
positivo do tempo de convivência materna com o comportamento de adolescentes
entre 12 e 18 anos. Os resultados foram ainda melhores quando considerado tempo
de convívio familiar: pai, mãe e irmãos juntos.
Certo,
agora vamos digerir os dados, tirar o peso das costas e aplicar a informação à realidade
de cada um.
Aqui
vai a minha interpretação deste artigo, e
de muitos outros que deram suporte a este estudo:
1.
Melhor do que estar muito tempo pela metade, é estar com seu filho menos tempo
por inteira!
2.
Investir em qualidade e não em quantidade de tempo com seu filho. Priorizar as
refeições, a leitura e as atividades culturais e esportivas juntos.
3.
Invista na sua felicidade hoje para colher filhos saudáveis emocionalmente no
futuro.
4.
Trabalhando fora ou ficando com os filhos em casa, o que importa é o seu estado
de espírito e o seu senso de realização. Isso sim faz a diferença.
Desejo dias leves na companhia dos filhos
para todos. Que sejam apenas horas na verdade, mas que sejam completos,
inteiros e intensos.
Para
ter acesso ao artigo na íntegra, clique aqui.
Para
ouvir uma discussão sobre o artigo feita por especialista no programa Diane
Rhem show na NPR ( National Public Radio)
clique aqui.
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