Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Você passa tempo suficiente com seu filho?


Você passa tempo suficiente com seu filho?

Essa pergunta faz suspirar. Mexe na ferida e dá um frio na barriga. Muitas de nós mães provavelmente acham que não passam tempo suficiente com os filhos.

Agonia, estresse e culpa rodeiam nossa cabecinha materna disfuncional. Somos uma geração de mães que quer estar intensamente presente na vida dos filhos. Porém trabalhamos, estudamos e vivemos em um mundo violento, o que muitas vezes estraga nossos planos.

Pois agora vem um alento. Quem traz tal consolo é a ciência, a matemática e a estatística. Mas como coração de mãe pouco entende dessas coisas, vou aqui tentar juntar os dados científicos com uma boa dose de sexto sentido.

Explico. Foi publicado um grande estudo analisando a relação entre o tempo que as mães “gastam” com seus filhos e as repercussões que isso teria no desenvolvimento deles. 



Sabe o que  os cientistas acharam? Nada.

Não há diferenças relevantes entre as crianças de mães que passam muito tempo com seus filhos para as crianças que não tem esse privilégio de ter a mãe por perto na maior parte do dia.

Digo, nem mãe, nem pai.

O fato é que não adianta ficar por perto demais, monitorar demais, ficar disponível demais. Isso não vai melhorar o rendimento escolar do seu filho, não evitará que ele tenha transtornos emocionais ou cometa atos de delinquência.  Esses foram os 3 desfechos analisados pelo estudo.

A pesquisa envolveu algo em torno de 3 mil crianças. Filhos de famílias cadastrados em um centro de pesquisa familiar desde 1968 pela Universidade de Michigan nos Estados Unidos.

É estranho, não é?

Quem poderia imaginar? Nem os cientistas que elaboraram o estudo esperavam tal resultado. Por isso ele gerou tanta repercussão entre estudiosos do tema.

O fato é que parece que estamos indo na contramão da educação. Agarramos com unhas e dentes a causa errada.  Fazemos das tripas coração para dar tudo aos nossos filhos. Estamos investindo no lugar errado.

Sabe o que realmente parece fazer a diferença no futuro dos nossos filhos? A nossa felicidade. A nossa realização, e não a deles!

Esses foram os aspectos que realmente fizeram a diferença: escolaridade materna, bem–estar e satisfação financeira da família.

Se queremos investir em nossas crianças, o investimento na realidade deve ser feito nos pais, nas famílias. Faz sentido, não?

O estudo também alerta: se é para investir em tempo com os filhos, invista na adolescência e não na infância. Isso por que o estudo encontrou impacto positivo do tempo de convivência materna com o comportamento de adolescentes entre 12 e 18 anos. Os resultados foram ainda melhores quando considerado tempo de convívio familiar: pai, mãe e irmãos juntos.

Certo, agora vamos digerir os dados, tirar o peso das costas e aplicar a informação à realidade de cada um.

Aqui vai  a minha interpretação deste artigo, e de muitos outros que deram suporte a este estudo:

1. Melhor do que estar muito tempo pela metade, é estar com seu filho menos tempo por inteira!



2. Investir em qualidade e não em quantidade de tempo com seu filho. Priorizar as refeições, a leitura e as atividades culturais e esportivas juntos.



3. Invista na sua felicidade hoje para colher filhos saudáveis emocionalmente no futuro.



4. Trabalhando fora ou ficando com os filhos em casa, o que importa é o seu estado de espírito e o seu senso de realização. Isso sim faz a diferença.

Desejo dias leves na companhia dos filhos para todos. Que sejam apenas horas na verdade, mas que sejam completos, inteiros e intensos.

Para ter acesso ao artigo na íntegra, clique aqui.
Para ouvir uma discussão sobre o artigo feita por especialista no programa Diane Rhem show na NPR ( National Public Radio)  clique aqui.

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