Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Vocês me odeiam por isso?


Há alguns dias, recebi de uma grande amiga um artigo publicado no The Salt, blog sobre alimentação vinculado a NPR ( National Public Radio) americana.

Junto com o link para acessar o artigo, ela mandou um recadinho carinhoso incentivando-me a continuar fazendo os lanchinhos divertidos para os meninos. 

Ainda bem que minha amiga mostrou seu apoio, realmente ela sabia que eu precisaria, pois o que o artigo revelava era uma legião de pessoas contrarias e muitas vezes furiosas com os pais que faziam lanches divertidos para os filhos.

Por que tanta revolta contra um desenho do personagem favorito do filho feito em um guardanapo ou contra um melão cortado em forma de coração? Eles me parecem inofensivos...

Imaginei, antes de ler o artigo, que seria por alguma questão de educação alimentar. Que deveríamos incentivar as crianças a comerem lanches saudáveis pelos benefícios que trazem e não pelo fato de estarem postos no prato de forma divertida.

Até concordo, porém, mesmo pensando por esse lado, não via ainda o mal que poderia fazer colocar frutas e legumes de forma mais atraente para persuadir meu filho a come-las. Sempre imaginei que esta seria uma forma razoável de incentivo.

Parei de conjecturar e fui ler o texto. Entendi tudo! E fazia todo o sentido do mundo. A explicação vinha da forma não saudável com que muitos lidam com a maternidade. Em inglês usam o termo “Intensive Mothering” ou “Helicopter mother”. São mães que exercem a maternidade de forma bem intensa, tentando controlar todas as variáveis e influências na educação dos filhos.

Mães que fazem julgamentos, comparações e cobranças excessivas a si mesmas devem odiar um golfinho feito de uma banana. E sabem por que? Porque ela terá que fazer um também. Sob pena de ser uma mãe pior ou não espetacular o bastante. Infelizmente ela descobriu mais uma habilidade a qual não possui e terá urgentemente que aprender.

Fico imaginando uma lista de quesitos para ser uma boa mãe:
 
-       Ser amorosa
-       Dedicar parte do seu tempo aos filhos
-       Cortar melões em forma de coração para o lanche
-       Estar de bem com a vida
-       Fazer panquecas com carinhas divertidas para o jantar
-       Ser um bom exemplo para os filhos
-       Proporcionar acesso à atividades culturais
-       ...

Vamos lá. Acredito piamente que o fato de fazer lanches divertidos não faz de mim uma mãe melhor que ninguém. Apenas faz de mim: Uma mãe que faz lanches divertidos.  Da mesma forma que tem mães que contam bem piada, outras que tocam violão e ainda mães que contam histórias maravilhosamente bem.

Existem mães que fazem penteados lindos, outras ensinam a tarefa de forma divertida e atraente. Há mães que dedicam mais tempo aos filhos, outras fazem ótimo uso do pouco tempo que tem.

Cada um com suas habilidades e perspectivas.

E na verdade, fazer lanches divertidos faz bem pra mim. Muitos estão colorindo desenhos para desestressar, eu estou fazendo comidinhas divertidas. Alguns gritam no trânsito, fazem terapia, choram no banheiro, correm, cantam... Eu faço comidinhas divertidas!

Ficaria imensamente feliz de não ser odiada por isso.
Na verdade, seria extremamente gratificante saber que ajudei na rotina alimentar de alguma criança com as lanches que divulgo no instagram e no facebook do blog. Mas por hora,  já ficaria satisfeita em não ser hostilizada. 

Tenho que encerrar o post pois é hora do lanche!

Acesse aqui o artigo publicado no The salt. Até mais!

Nenhum comentário:

Postar um comentário