Há alguns dias, recebi de uma grande amiga um artigo publicado no The Salt, blog sobre alimentação vinculado a NPR ( National Public Radio) americana.
Junto
com o link para acessar o artigo, ela mandou um recadinho carinhoso incentivando-me
a continuar fazendo os lanchinhos divertidos para os meninos.
Ainda
bem que minha amiga mostrou seu apoio, realmente ela sabia que eu precisaria, pois
o que o artigo revelava era uma legião de pessoas contrarias e muitas vezes
furiosas com os pais que faziam lanches divertidos para os filhos.
Por
que tanta revolta contra um desenho do personagem favorito do filho feito em um
guardanapo ou contra um melão cortado em forma de coração? Eles me parecem
inofensivos...
Imaginei,
antes de ler o artigo, que seria por alguma questão de educação alimentar. Que
deveríamos incentivar as crianças a comerem lanches saudáveis pelos benefícios
que trazem e não pelo fato de estarem postos no prato de forma divertida.
Até
concordo, porém, mesmo pensando por esse lado, não via ainda o mal que poderia
fazer colocar frutas e legumes de forma mais atraente para persuadir meu filho
a come-las. Sempre imaginei que esta seria uma forma razoável de incentivo.
Parei
de conjecturar e fui ler o texto. Entendi tudo! E fazia todo o sentido do
mundo. A explicação vinha da forma não saudável com que muitos lidam com a
maternidade. Em inglês usam o termo “Intensive
Mothering” ou “Helicopter mother”. São mães que exercem a maternidade de
forma bem intensa, tentando controlar todas as variáveis e influências na
educação dos filhos.
Mães
que fazem julgamentos, comparações e cobranças excessivas a si mesmas devem
odiar um golfinho feito de uma banana. E sabem por que? Porque ela terá que
fazer um também. Sob pena de ser uma mãe pior ou não espetacular o bastante. Infelizmente
ela descobriu mais uma habilidade a qual não possui e terá urgentemente que
aprender.
Fico imaginando uma lista de quesitos para ser uma boa mãe:
-
Ser amorosa
-
Dedicar parte do seu tempo aos filhos
-
Cortar melões em forma de coração para o lanche
-
Estar de bem com a vida
-
Fazer panquecas com carinhas divertidas para o
jantar
-
Ser um bom exemplo para os filhos
-
Proporcionar acesso à atividades culturais
-
...
Vamos
lá. Acredito piamente que o fato de fazer lanches divertidos não faz de mim uma
mãe melhor que ninguém. Apenas faz de mim: Uma mãe que faz lanches
divertidos. Da mesma forma que tem mães
que contam bem piada, outras que tocam violão e ainda mães que contam histórias
maravilhosamente bem.
Existem mães que fazem penteados lindos, outras ensinam a
tarefa de forma divertida e atraente. Há mães que dedicam mais tempo aos
filhos, outras fazem ótimo uso do pouco tempo que tem.
Cada um com suas habilidades e perspectivas.
E na verdade, fazer lanches divertidos faz bem pra mim.
Muitos estão colorindo desenhos para desestressar, eu estou fazendo comidinhas
divertidas. Alguns gritam no trânsito, fazem terapia, choram no banheiro,
correm, cantam... Eu faço comidinhas divertidas!
Ficaria imensamente feliz de não ser odiada por isso.
Na verdade, seria extremamente gratificante saber que ajudei
na rotina alimentar de alguma criança com as lanches que divulgo no instagram e
no facebook do blog. Mas por hora, já
ficaria satisfeita em não ser hostilizada.
Tenho que
encerrar o post pois é hora do lanche!
Acesse aqui o artigo publicado no The salt. Até mais!
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