Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Beijo de boa noite


Tem menino de todo jeito, mas tem dois tipos que é de matar qualquer mãe:
Menino que não come e menino que não dorme.
Tive a sorte de ter filhos que nunca deram trabalho para comer, mas... Dormir nunca foi o forte do André, meu filho mais velho.
 
Passados 5 anos, eu e André já atravessamos várias fases, táticas, desmames e adaptações. Saga que acredito também ser a história de muitas mães.
Quando o André nasceu, eu já estava conformada ( preparada, assustada e catequisada) em não dormir mais de 3 horas seguidas, talvez pelo resto da vida. Hoje sei que me preparei da forma fatalista, escutei os conselhos errados e deixei de ler os livros certos. Mas também compreendo que mesmo que tivesse feito tudo certinho, não teria sido fácil. Cada criança tem seu jeitinho de encarar o mundo e de atravessar as etapas do desenvolvimento.

Amamentei até os 7 meses e durante esse período, toda vez que o André acordava a noite, e eram muitas, eu dava o peito. Erro meu que prejudicou meu menino. Criei vícios e costumes e depois, sofrimento e desgaste para cura-los.
Da mama passei para as mamadeiras no meio da noite. Remendo mal feito. A única diferença era que eu não sofria mais sozinha, meu marido entrava na dança.
Encorajada por uma amiga, tirei tudo. André tinha pouco menos de 1 ano quando resolvi tentar dormir novamente. A primeira das muitas adaptações pelas quais passamos foi a mais dolorosa. Meu menino sofreu profundamente o desmame do vício e chorou. Chorou por colo, chorou pela mamadeira e eu chorei junto com ele. Porém aos poucos André desistiu de chorar e dormiu. E nós dormimos também, meio perplexos, meio aliviados.

Nossa primavera durou alguns meses. As otites intermináveis e repetitivas próprias da idade interrompiam com frequência nossas noites de sono. Quebrando a rotina estabelecida a muito custo. Mas progresso tinha sido feito.

André seguiu acordando esporadicamente, algumas noites piores que outras. Sem mais o berço para conter, André passou a ir ao nosso quarto durante a noite, e nós, em uma peregrinação resignada, o conduzíamos de volta a sua cama. Acho que nessa eu acertei, por maior que fosse o sono não desisti de levar meu menino de volta a  sua cama, preservando pelo menos meu espaço.

O início das noites também eram desafiadores. Desde o nascimento do André as mudanças de estratégia foram muitas. Já ficamos deitamos do lado, cantamos canções, balançamos na rede e nos braços, já permitimos televisão, limitamos horário e contamos estórias, muitas estórias. A cada mudança de tática, uma nova adaptação, um novo sofrimento em busca de uma noite tranquila.

Quando eu dormia bem, sonhava com aquelas cenas de filme americano onde o pai entra no quarto do filho, coloca-o na cama, dá um bichinho de pelúcia, cobre-o com o cobertor, beija-o na testa, diz boa noite, e pronto. A criança dorme, sem choro, sem estresse.  Isso só nos meus sonhos...

Pois é, mas como diz o poeta: Quem acredita sempre alcança. ;-) E hoje tenho esse sonho bem próximo da minha realidade. Não sem choro ou estresse, não sem esforço e perseverança. Passinhos pequenos, vencendo medos, superando obstáculos.

Se o seu menino dorme bem, agradeça e cultive. Se não, persista, tente criar bons hábitos desde bebê, esse é o segredo. Crianças que não dormem bem ou o suficiente, são crianças estressadas, com menor rendimento na escola e, claro, suas mães são do mesmo jeito, trocando apenas a escola pelo trabalho.

Digo com convicção que tudo valeu a pena. 
Dormir é muito bom! E necessário.

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