Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Fazer o bem sem olhar a quem.

Sábado passado, fazendo supermercado, encontrei uma moça, olhando atentamente a prateleira de leites longa-vida. Com olhar duvidoso, amassava algumas notas de 2 reais em uma das mãos, a outra, segurava aflita a barra do vestido que se mostrava acintosamente curto.
Por timidez, ou por completa inércia social na qual angustiadamente mergulho, custou-me alguns minutos para perceber aquela pessoa ali, tão perto de mim. Após certo momento de exitação, perguntei: A senhora quer ajuda?
Nos segundos que antecederam sua resposta, elaborei mentalmente 10 possíveis e todas incluíam alguma espécie de pedido de dinheiro, queixas sobre a falta dele ou das precárias condições de vida. Qual não foi minha surpresa quando a moça me perguntou: A senhora sabe se posso dar esse leite a uma criança de 4 meses?
Filme em fast forward, imagens desconexas de aulas de pediatria, internato no HGF, emergência do Albert Sabin, misturadas com as imagens do dia-a-dia de pobreza em nossas esquinas.
Minha resposta veio na forma de perguntas, investigação quase médica da vida daquela pessoa que já ganhava meu apreço. "A senhora mora onde? ", "A senhora tem água encanada..." "A senhora ainda tem leite no peito?"
Na rua, não, não. Respostas que me deixaram sem outa opção a não ser responder SIM, PODE.
Para poupa-los, terminarei dizendo que a senhora saiu com leite, fraudas e alguns produtos de higiene pessoal. Durarão pouco, claro. Porém ela a de ser notada por alguém na próxima ida ao supermercado e outras ajudas virão. Ajudas para transformar aquela mulher na mãe que ela deve sonhar em ser todas as noites e dias.
Ontem recebi um telefonema de uma amiga, perguntando se eu teria algo a dar a uma mãe, grávida de 7 meses precisando de ajuda. Perguntei o que ela mais precisava. Tudo.
Juntando as duas histórias e minha vontade de sair um pouco do marasmo social que me abala todos os dias, peço a vocês que me ajudem a ajudar.
Quem tiver qualquer coisa que não use mais com seus filhos, já guardada no fundo do armário ( roupinhas, banheira, fraldas de pano... tudo) e deseje doar, estarei recebendo. Mande email para folgadababa@gmail.com com o endereço onde posso pegar e as encaminharei para essa mãe necessitada. Com certeza, ela terá um dia das mães bem mais feliz!
E viva a gente, e viva ser mãe, e viva sonhar em ser a melhor mãe do mundo.

3 comentários:

  1. nossa Iusta, como sempre seus post são extremamente emocionantes! Realmente, devemos aprender a olhar mais para o lado, tenho medo de já ter passado por pessoas como esta mãe na vida e nem ter dado a atenção e ajuda que elas merecem... Beijos

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  2. Não consigo deixar de ir às lágrimas sempre que vejo ou ouço alguma história de mães e bebês passando necessidade. Por isso mesmo dou tudo que o João Gabriel não usa mais. Tudo mesmo. Há pouco tempo doei, mas vou olhar se já tenho outras coisas pq faço questão de ajudar.

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