Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Irmão


Eu tenho a sorte de ter uma irmã.
Não sei se durante a minha infância eu diria isso. Mas hoje digo.
Com certeza naquela época eu não via muita vantagem em ter uma irmã. Talvez durante os raros momentos em que brincávamos sem brigar... Talvez quando ela me protegia de algo ou de alguém. Ou quando ela deixava que eu participasse da conversa com as meninas mais velhas. Apenas nesses momentos, quem sabe... De resto era muita briga, muita comparação e muita chateação.

Na adolescência comecei a achar interessante o fato de ter uma irmã mais velha. Facilitou bastante a minha vida. Comecei a ir para as festas bem mais cedo e a conhecer os garotos mais interessantes da escola por intermédio da minha irmã. Ela traduzia as músicas em inglês pra mim e deixava que eu a acompanhasse em quase todos os programas que fazia com a sua turma.

Aos poucos a diferença de dois anos e meio passou a ser irrelevante. As brigas ficaram  bestas e infrequentes. Mas não nos unimos mais por causa disso. Éramos muito diferentes, não em valores, mas em preferencias cotidianas. Enquanto eu jogava vôlei, ela lia. Enquanto eu dançava lambada, ela escutava Pink Floyd.

André e Igor
Crescemos. Eu enraizada na Terrinha e ela correndo mundo a fora. “Ela fazia medicina e falava alemão e eu ainda nas aulinhas de inglês...” Ela era Mônica, eu Eduardo. Ou quase isso. “E mesmo com tudo diferente veio vindo de repente uma vontade de se ver...”  Nós iniciamos a vida adulta e ficamos cada vez mais próximas. Infelizmente não fisicamente, mas a gente se dava melhor. Talvez entendesse e aceitasse melhor as diferenças. Admirávamo-nos mais.

O fato é que os maiores aperreios da vida eu dividi com a minha irmã. As alegrias dela são minhas também. Ela continua indo para a hípica, enquanto eu vou para praia, mas não importa. Sei que ela está ali como sempre esteve. Hoje sei que é tão bom ter uma irmã.

A mesma sorte de ter uma irmã, eu tive ao ter dois filhos. A diferença é quase a mesma, dois anos e meio. Eles se amam. Eles também brigam, implicam e batem um no outro. Não poderia ser diferente, pelo menos não dentre as coisas que sei e vivi. Não tenho dúvida de que são muito diferentes em personalidade, tal qual eu e minha irmã. Tenho quase certeza que seguirão caminhos diferentes, carreiras distintas. Mas não importa. Eles são irmãos.

Ontem, a tarefa de casa do Igor perguntava: Se você quisesse ser igual a alguém, quem você escolheria? Ele pensou e disse: Queria ser igual ao Dedé.
Como assim? E o Super homem, o Homem aranha, o Phineas, o Ash?  
Ele queria ser igual ao irmão. Eu perguntei o porquê mas ele não respondeu.
Não precisava responder, não é mesmo?

Abraços fraternos a todos.

PS. Sorte das amizades que são fraternas. Há amigos que cabem direitinho neste post também.

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