Em Fortaleza, quem mora perto de praça é rei

Fortaleza tem bonitas praias, um calçadão a beira-mar com boa extensão, mas de resto, pouco se salva. A cidade é uma das menos arborizadas do País, onde já se tem poucas árvores urbanas. As ruas são feias, de modo geral os prédios têm arquitetura de mau gosto, as calçadas estão cheias de cocô de cachorro, e é difícil encontrar um lugar comunitário ou público bem cuidado e limpo.

Assim sofremos tentando achar um lugar para levar nossos filhos e tirá-los para fora das grades elétricas dos condomínios. Nesses passeios , sugerimos a praia do futuro, pela comodidade e distância (quando o mar está próprio para banho; dica, nos jornais você pode encontrar o boletim de balneabilidade emitido pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) diariamente).

São poucas (ou nao há) as praças que tem instalações seguras para os pequenos e mesmo a famosa e agradável do Cocó, onde uma fiel e animada Associação ajuda a preservá-la, os brinquedos estão velhos e mal cuidados, além da iluminação ser ineficiente. Há o passeio público, onde aos domingos a Prefeitura proporciona atividades como palhaços e teatro, e a recém-reinaugurada Praça Luiza Távora (onde falta sombra, e sobra cimento, mas o espaço é ótimo para se correr, andar de bicicleta ou patins).

A ansiedade por espaços públicos agradáveis é tão grande que mesmo terrenos abandonados tornam-se locais de encontros aos fins de tarde nos fins de semana. Nossa cidade cresce rápido demais, para o alto, enquanto o chão se enche de carros barulhentos com buzinas mal-educadas e meios-fios desalinhados e banguelos. O calor já é severo demais, e nossos filhos serão a primeira geração que crescerá com medo de sair a ruas ou de abrir o vidro dos carros.