Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

sábado, 17 de outubro de 2015

A grama do vizinho


Às vezes a grama do vizinho é realmente mais verde. Ponto.

Notei isso há alguns dias e só agora parei para escrever. Escrevo como quem rumina o tema na tentativa de digeri-lo melhor.

Ocorre que o vizinho tomou decisões mais acertadas que as minhas, dedicou-se mais que eu ou simplesmente o filho dele é canceriano e o meu é sagitariano, isto é, eles são diferentes!

Nesse mundo de disputas por quem “materna” melhor, ver o que vi foi como um tapa na cara, uma nota vermelha no meu boletim. Vi uma cena quase inimaginável.

Conto agora: um menininho nos seus 4 anos, acompanhado da babá, espera ansioso o irmão mais velho na saída do colégio. O sino toca e o irmão, de mais ou menos 7 anos, é um dos primeiros a sair. Os dois se abraçam, conversam e trocam brincadeiras e carinhos. Contam um ao outro o que de melhor ocorreu na manhã e fazem planos para a tarde.

Não acham nada demais? Eu achei fantástico. Um acontecimento que como mãe de dois meninos, 5 e 7, acho que nunca vi. Vou descrever o que aconteceu com os meus meninos no mesmo dia. Acho que assim vocês entenderão melhor o meu espanto.

Eu cheguei ao colégio do André e esperei o sino tocar. Ele foi um dos últimos a sair e quando me viu fez cara de decepção pois queria ficar brincando ( ainda mais) com os amigos. Saímos e ele me revelou, a preço de ouro, alguns detalhes de sua manhã. Fomos pegar o Igor na escola vizinha e não demorou muito para as brigas, disputas e desavenças começarem.

É tão cansativo ver os meninos brigando o tempo todo, quanto é prazeroso vê-los brincando juntos. O problema é que a primeira situação é bem mais frequente hoje em dia. Leandro e Leonardo descreveram bem a situação: entre tapas e beijos....

Não tenho dúvidas de que eles carregam uma estima enorme um pelo outro, mas certamente carecem de maturidade para aceitar as diferenças que existem entre eles.

Como mãe, faço um exercício diário para escolher corretamente que batalhas vou lutar. Essa é uma que agarro com unhas e dentes e não abro mão: respeito e companheirismo entre os meus meninos. Mas tenho apanhado bastante da rotina diária e o placar aponta larga vantagem para o adversário.

Conformo-me um pouco ao lembrar da minha infância de tormento. Eu e minha irmã éramos feito gato e rato, porém na hora do pega pra capar ela estava sempre ao meu lado e aqui permanece até hoje. Essa seria a minha “luz do fim do túnel”. No final, tudo se ajeitara.
Me apego também à máxima da infância que diz que tudo passa, que tudo é só uma fase... Que assim seja. Daqui há uns meses escreverei um post falando da harmonia entre os irmãos André e Igor. Como já escrevi no passado sobre o companheirismo entre os dois, acredito realmente que a fraternidade desenvolve-se em ciclos, revisitando a cada volta o companheirismo e a individualidade até atingir um equilíbrio bacana.

Por enquanto vou achando lindo irmãos se encontrando na porta da escola e se abraçando como vi outro dia. E vou aplaudindo os pais deles que nem conheço mas sei que o que estão fazendo está dando certo. Esse é outro exercício que faço: aplaudir e dar mérito a outras mães.  Hoje em dia esse é exercício é pouco praticado e a ciumeira anda solta como se estivéssemos em uma constante disputa e ao final existisse um troféu de melhor mãe. Para mim, troféu de mãe é ter um filho feliz e isso depende muito pouco da grama do vizinho.