Sou mulher e tenho 35 anos. Isso já deveria ser motivo suficiente
para eu fazer alguma atividade física. Além disso, sou médica. Sei de todos os
benefícios que o exercício físico regular traz porém não faço nada há 6 meses.
Sinto-me escrevendo se-den-ta-ris-mo em letras garrafais na minha
lista de fatores de fisco para diversas doenças. Diferentemente do número de
velas no bolo e das letrinhas herdadas de nossos pais, sedentarismo é um fator de
risco modificável. E como o nome bem diz, podemos fazer algo a respeito para modifica-lo e elimina-lo.
Sei de tudo isso... Não posso usar a ignorância como desculpa e não
sou salva pela inocência dos desavisados.
Levada pelo turbilhão dos dias, divido meu tempo sem priorizar a mim
mesma. Tão ruim dormir sabendo que temos uma coisa para fazer e nunca fazemos.
É essa a sensação que tenho com relação ao exercício: Inércia.
Falta um estímulo, um desencadeador. Ou melhor, faltava. Vou
contar-lhes o que aconteceu ontem que me fez despertar para os anos que virão:
Eu estava no banheiro da
faculdade de medicina da UNIFOR, onde ensino. O banheiro é compartilhado entre
professores e alunos e muitas vezes flagro conversas que preferiria não ouvir.
Mas desta vez, o diálogo ouvido caiu como uma luva e era bem o que eu
precisava. A aluna contava para outras duas colegas:
- Minha mãe é o máximo, linda! Super
“fit”.
Enquanto uma das colegas confirmava com a cabeça, a outra disse:
-É mesmo, eu a vi naquele dia, nem parece
a idade que tem.
E com ar de satisfação, a aluna completou:
- Eu tenho o maior orgulho de apresenta-la
aos meus amigos.
Era exatamente disso que eu precisava! Todos nós nos agarramos a
algo para nos motivarmos. Eu precisava disso: orgulho de filho! Quero sim ter
filhos universitários apresentando-me para seus colegas com orgulho. Quem não
quer? Está lançado o desafio pessoal de chegar aos 50 sendo chamada pelo meu filho de “o máximo,
linda e fit”.
Sei que se conseguir tal desafio, terei conquistado com ele outras
benesses de uma vida saudável. Mais anos (com qualidade de vida) ao lado dos
meus meninos com certeza serão muito bem vindos. Vigor para brindar o
nascimento de um mais neto e brincar de pega-pega com eles no futuro também.
Sem querer achei o estímulo de que precisava para começar novamente
uma atividade física. Próximo passo é encaixar o exercício na agenda diária.
Difícil? Nem tanto... Agora, que vejo com outros olhos, já não acho essa tarefa
tão complicada, pois a agenda que me parece cheia não é a de hoje e sim a que
planejo para mim daqui 20 anos.
Quero poder carregar meus meninos no colo até que eles próprios
possam carregar-me. E que se iniciem os push-ups! Vamos nessa?
Nenhum comentário:
Postar um comentário