Se você soubesse...

Ah se você soubesse... Se pudesse ler o que sinto. Você veria que também tenho medo.  Medo do novo.

Você notaria que acho a espiadinha tímida antes de entrar em quadra essencial. Que a ela recorro frequentemente. Espio, pondero, analiso. Meço riscos, computo perdas.

Veria que também faço esforço para entrar em quadra, para me expor. Não é de graça, e para tanto venço medos, encaro desafios de frente, e no fundo sinto dor.

Mas não pare de ler-me logo agora, quero que veja o que vem depois. Depois da dor vem vitória. Se não com o gol, com o desafio vencido e o medo superado.

Verá que sempre há um depois, hora quando vemos que já passou e você sobreviveu, e melhor, cresceu.

Não, ninguém pode entrar em quadra por você, sentir a dor e o medo por você. Mas eu sofrerei junto. E ao final,  enquanto você bebe vitória, eu me permitirei a embriaguez.  

O que você vive, eu vivo eu dobro, meu filho.

Tenha coragem de conhecer a vitória. Eu quero vencer também!