Meu menino correu rápido hoje. Ganhando fácil da colega que tentava
acompanha-lo. Ganhando fácil dos carros que se amontoavam mal educadamente no
engarrafamento. Ganhando fácil da mãe
com o passo pesado de quem tem que enfrentar um dia ruim.
Meu menino tinha a sua frente uma calçada livre, tinha com ele a
energia dos 5 anos e tinha ao lado uma mãe confiante. E ele correu. Correu
rápido e com o sorriso aberto.
À frente uma esquina movimentada. Vai e vem de carros conduzidos por
pessoas já atrasadas e já impacientes às 7 da manhã. Ele ria, e corria. Acenava
alegre para os colegas de escola ultrapassados.
A esquina logo ali, e eu distante observava confiante. Certa de que
deveria deixar correr. Confiança em meu menino que procuro depositar todos os
dias, como um ritual, um exercício de desapego e de preparação para o futuro.
Ele vai parar na esquina, não irá atravessar a rua sozinho. Foi
assim que eu o ensinei, mostrei, conversei e dei o exemplo. É assim que deve
ser.
Não posso segurar sua mão sempre e nem priva-lo de exercitar uma
lição aprendida.
E ele ainda vai correr tanto... E eu quero deixa-lo ir rápido e
feliz. Ensinar, educar, mostrar limites e depois deixar que ele os respeite.
Livre, sem amarras.
Que seja sempre assim nas esquinas da vida.
Ele parou.
Nem sempre ele irá parar. Sei disso. Qual mãe não sabe?
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