Alunos vão e vêm e de quando em vez ouço
algo interessante. E foi em uma dessas que conheci essa mãe.
Só conheço de ouvir falar. Pelos
corredores, pelas salas, no banheiro feminino.
É a mãe que não conheço. Não conheço mas já
tenho uma certa simpatia por ela.
Ela tem uma filha na faculdade de medicina
da UNIFOR, essa é uma das poucas coisas que sei dela. Acho que posso atribuir a
ela algum mérito por isso, não é? De alguma forma orientando a filha a estudar
e perseguir o que quer, por mais difícil que possa parecer.
O que sei além disso ouvi da filha, que
conversava com uma amiga no banheiro feminino. Com ar meio indignado e testa
franzida, contava à amiga o que tinha acontecido no seu final de semana:
(Pausa para uma observação importante: Caro
leitor, para melhor compreensão do texto e fidedignidade dos fatos, acrescente
ao diálogo, digo, ao monólogo, um tom
meio gasguito e entonação afetada com aquele “sotaque” próprio dos
adolescentes.)
-
Eu tinha falado pra mamãe que queria fazer um programa legal nesse
final de semana. Eu tinha que estudar mas não estava afim, estava de saco
cheio... Sabe o que minha mãe fez? Sabe? No sábado ela saiu com as amigas, no
domingo ela saiu com o namorado. Quando voltou, brigou comigo por que eu estava
toda estressa. Mereço! E sabe do que mais? Ela colocou no facebook “se sentindo
feliz” mesmo depois da nossa briga. Eu não acredito!
Pois é, lhes apresento a mãe que não conheço.
Essa aí de cima. Que sai com as amigas, com o namorado e que se sente feliz!
À aluna deixo o meu “só lamento” e, um
pouco mais compatível com a minha idade, um “cada um com seus problemas”.
Beijo, me liga.
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