Não sei o de vocês, mas os meus filhos
costumam responder monossilabicamente às minhas perguntas curiosas.
Costumo receber respostas frustrantes ao
perguntar: Como foi seu dia na escola? O que você achou do filme? Qual foi a
parte mais legal do passeio?
Já começa pelo cromossomo Y que não ajuda
em nada nesta categoria, e na verdade atrapalha. Parece que os genes contidos
no cromossomo Y são avessos a detalhes, mestres em objetividade e ignoram por
completo os apelos maternos.
Talvez mães de meninas sejam mais felizes?
Longas conversas... Detalhes escabrosos das festinhas de aniversário... Com
dois cromossomos X as meninas são capazes de enxergar uma joaninha no vestido
de poá da amiguinha da escola, e claro, correr para contar pra mãe.
O fato é que pensei que teria esse problema
somente na pré-adolescência, mas padeço dele todos os dias, e ainda falta muito
para eles terem 11 anos de idade.
Diagnóstico fechado, sem necessidade de
exames complementares: falta de “detalhite” crônica. Sim, CRÔNICA, e sem
perspectivas de melhora. Pois embora digam que o tempo cura tudo, neste caso,
dele não espero ajuda.
Mas pra tudo se acha um remédio. E
tratando-se de crianças, a saída sempre está em uma brincadeira, em uma
história cheia de fantasia ou em um bolo de chocolate.
No nosso caso, a brincadeira amenizou
bastante meu sofrimento. Ela chama-se “Mamãe diz... André diz..” e é uma das
favoritas aqui de casa.
Sabem aquelas entrevistas com gente famosa
que o entrevistador diz palavras- chave e o artista tem que rebater com outra
que tenha significado para ele?
-
Amor?
-
Sucesso?
-
Família?
Pois é... É isso mesmo. Esse joguinho faço
com os meninos desde que André era pequeno. Não é capaz de me informar detalhes
mas me permite perceber o que mais marcou meus meninos ou o que eles sentem em
relação a acontecimentos vividos, filmes que assistimos ou simplesmente fatos
do dia a dia.
Eles nem percebem, mas me enchem de prazer,
pois brincando, eles permitem que eu os conheça melhor.
Exemplo prático:
Fomos para a fazenda. Igor andou a cavalo,
tomou banho no tanque, viu muitos passarinhos, andou de carroça... Mas na
brincadeira, ao falar Fazenda, o que ele disse foi balanço. O velho balanço pendurado no galho do Juazeiro foi a
coisa que mais lhe marcou, e disso eu nunca iria desconfiar.
Aqui mando um vídeo que fiz enquanto
brincava com Igor. O menino mais lindo do mundo relacionou Ceará com gol, papai
com trabalho e nariz com catota.
Conclusão: Ceará foi tetra campeão estadual,
papai precisa trabalhar menos, precisamos lavar mais o nariz com soro. ;-)
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