Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Depois da tempestade, a bonança.

O dia da bonança- Nascimento do Igor
Não há no mundo quem me convença que existe vida após a perda de um filho. Claro, temos um poder de adaptação impressionante, inclusive ao sofrimento. Vive-se faltando pedaços do corpo e da alma. É... Talvez eu vivesse, despedaçada, mas viva. E viver é está aberta a coisas boas, pois depois da tempestade sempre vem a bonança.
Ter um filho é um sonho para muita gente. E  realizá-lo pode ser bem mais complicado do que se esperava. Muita perseverança, força de vontade, aporte financeiro e um empurrãozinho da medicina são algumas vezes necessários. E no meio disso tudo, perdas. Perda do filho amado, idealizado. Sensação de que o destino lhe roubou algo que já lhe pertencia, que lhe fazia sorrir e lhe trazia alento depois de uma caminhada de tentativas, dando sentindo a tudo aquilo. Confesso-me incapaz de descrever com clareza, pois não vivi tamanho sofrimento, mas vi lagrimas de quem já viveu. Não há o que dizer, o que fazer... Mas,  viver é está aberta a coisas boas, pois depois da tempestade sempre vem a bonança. 
Bonança que às vezes vem em forma de gravidez gemelar! E aí é alegria em dobro como disse a Mãe de Lucas e Lia que estão com 6 semanas de vida uterina valendo por toda uma vida de conquistas, sofrimento, perdas e alegrias. Vejam pelas palavras dela mesma nesta linda participação especial do Folga da Babá.


" A felicidade é enorme! Parece um sonho pois tantas vezes sonhei com este momento... Foram tantos B-HCGs negativos, que quando eu recebi este do meu pai escrito “Parabéns do Vô Luiz!” chorei de emoção.
A emoção é grande, muito grande.  O resultado do exame também. Muito grande!  Pelo valor alto deveria ser mais de um... Naquele momento, não fazia diferença, 1,2,3,4... o que importava é que eu estava grávida depois de dois anos de espera por este dia.
Eu havia feito um tratamento para engravidar e tive algumas complicações de uma superestimulação ovariana. Apresentei hipotensão (queda da pressão) e ascite (acúmulo de líquido na barriga). Estava toda inchada e quase não conseguia ficar em pé. Todos os dias meu pai e meu marido me levavam para a clínica para tomar albumina e fazer punções com retirada de até dois litros de ascite. Não gosto nem de lembrar... 
Fizemos o primeiro ultrassom e para nossa surpresa eram três coraçõezinhos batendo! Eu pensei: Vou segurar um em um braço, outro no outro braço, e o terceiro?  Eu sabia que isto significava muito trabalho mais não fiquei assustada com o trabalho e sim, como o fato de que a gestação poderia ser mais difícil e os bebês mais frágeis.    
Estava feliz até o dia que veio um sangramento e uma cólica forte. Fiquei com muito medo, mas Graças a Deus, minha mãe estava comigo neste momento e me tranqüilizou. Quando cheguei ao médico, descobri que havia perdido um dos bebês. Aí, minha mãe desabou e fui eu que consolei ela. Meu marido também sofreu, mas ficou se fazendo de forte, tentando me lembrar que o médico disse que isto poderia acontecer pois um dos bebes era menor que os outros dois.
Depois disto, o médico pediu para eu ficar de repouso. No início, foi repouso absoluto. Não levantava nem para ir ao banheiro. Senti como é difícil depender dos outros para tudo... Mas meu marido e minha mãe estavam ali do meu lado. Outra parte difícil  foi ficar sem trabalhar, foi uma mudança brusca, mas como dizia  meu médico, esta é a gravidez da sua vida, este é o seu momento!
Outra parte difícil são os enjôos. Dizem que grávida de gêmeos tem enjôos em dobro e comigo foi assim. O único momento do dia que eu não sentia nada era quando estava dormindo, por isso, eu só queria dormir.
Os três primeiros meses demoraram uma eternidade, tinha medo que algo ruim acontecesse e, acho que foi por isso que demorei para escolher os nomes e começar o enxoval.
Mas agora estou com 24 semanas e muito mais confiante que tudo vai dar certo. Se os problemas de uma gravidez de gêmeos são em dobro, as alegrias também são dobradas!!!  É uma benção de Deus!

Além do belo texto, a mãe de Lucas e Lia ainda nos manda algumas sugestões de leitura para mamães e papais de gêmeos:
  • Gêmeos, trigêmeos ou o que mais vier. Escrito por Sara Gonçalves
  • Criando Filhos Gêmeos. Escrito por Patrícia Maxwell Malmstrom e Janet Poland. Editora M. Books.

Um comentário:

  1. Que emocionante a história dessa futura mamãe, tenho certeza que as alegrias dela serão em dobro!

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