Sempre é tempo de (re)começar

Nunca aprendi a nadar. Digo, nadar com propriedade. O único estilo ao qual me apego é o “sapinho”.  Mas essa história começou a mudar, como muda minha vida a cada lua cheia.

A possibilidade da perda precoce trouxe uma vontade imensa de estar perto, fazer coisas juntos, amar as mesmas coisas. Então, se ele nada, eu nado.

Melhor, não nado, mas vou nadar!

-Gostaria de matricular-me na natação

-Os horários para adulto são 9:10 da manhã e 8 da noite.

-Mas gostaria de fazer no mesmo horário do meu filho, as 3:50. Vi que tem uma turma de aprendizagem na piscina média neste horário.

-Sim, tem, mas são crianças.

-Não tem problema...

-Ok, a senhora quem sabe

Então ficou assim, André na piscina pequena e eu na média. André com seus companheiros de 4 e cinco anos e eu com os meus, de 6 e 7 anos.

Posso dizer a vocês que sou a aluna mais aplicada da minha turma. E como criança adapta-se a tudo, meus colegas aceitaram-me muito bem.

 

Comprei maiô e touca e peguei emprestado os óculos do Fábio. Paramentada como deve ser. Vestida de recomeço, de vontade de transformar o futuro em um melhor.

O fato de ir de mãos dadas para a aula com André me estimula bastante. Aprendendo juntos, motivações diferentes. Ele pega peixinhos no fundo de sua piscina, eu colho sonhos e planos no fundo da minha.

A natação hoje me ajuda a estabelecer metas a curto e longo prazo. Já já Fábio segurará na outra mão, indo conosco nadar, após plena recuperação. Depois de alguns meses Igor completará a família, já em idade para ser aceito ao bando. Mais um pouquinho consigo acompanhar o Fábio em águas abertas...

Rumo a Travessia dos Fortes, em algum ano do futuro melhor. Aquele que estou tentando (re)construir braçada a braçada. 

I am the queen of starting over. Escute, anime-se, inspire-se e (re)comece.