Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

domingo, 7 de outubro de 2012

O grito


Às vezes eu grito. Grito rouco, cansado. Grito para calar os erros, tristezas. Pequenas coisas, minuto a minuto.
Grito para abafar calúnias que seriam ditas caso não houvesse o grito. O grito de desabafo.
Tão alto que só eu ouço.
Quando grito mais baixo as crianças escutam. Olhos arregalados e assustados. Dizem que quanto maior o grito, menor o respeito. Mas eu grito. Não queria, mas grito.
São frases presas que saem em grito: Porque você não obedece? Não entende? Por que isso tinha que ser assim? Agora não, por favor.... Preciso da sua ajuda. Estou fazendo o melhor que posso, estou fazendo isso por você!
Um grito de “pause”, de espera um pouco, só um minuto.
Recomponho-me arrependida do grito. Deveria ter gritado mais alto, para que só eu pudesse escutar. O grito de socorro.
Momentos de gritar me pertencem, ninguém os tira de mim, são meus. Acredito neles e deles tiro sanidade.
Momentos de gritar são próprios de mãe, grito que carrega consigo a responsabilidade de duas vidas, ou mais. Mãe que grita é mãe que sente.
Eu grito, e também converso, também educo, também beijo, também amo além dos limites, lá onde o grito é sempre audível.
Conselho: gritem o grito alto, aquele que é e será só seu.

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