Ontem
me peguei gritando: André,
Igor, corram! Venham ver uma minhoca!
Minhoca?!
Sim, minhoca.
Os
meninos responderam ao chamado. Atentos olhavam a minhoca que desengonçada
tentava fugir dos olhares curiosos.
Enquanto
observava os meninos, com suas carinhas de nojo para a pobre minhoca, pensei
naquela cena...
A
minhoca era a atração! Como coisa rara, difícil de se achar. E a pobre só
estava ali graças a chuva forte que caíra durante horas naquela manhã.
É
uma cobra! Disse Igor. Ela é nojenta, retrucou André. E eu, com ar professoral,
comecei meu discurso sobre a importância das minhocas, a terra aerada, as
raízes respirando felizes, passarinhos de barriga cheia, bla, bla, bla...
Eu
falava e os meninos continuavam olhando a minhoca, como se fosse a ultima
coca-cola. E olha que era uma minhoca meio fuleira, muito magra, transparente.
Eca.
Quem
diria? Uma minhoca magrela seria a atração da nossa manhã de sexta-feira. Meus meninos são filhos do asfalto,
infelizmente. E em asfalto não dá minhoca.
Eu,
da idade do André, não só conhecia minhocas como enfiava um anzol goela abaixo
das pobres criaturas para pescar.
Lembrei
de uma amiga falando há alguns anos que tinha que mostrar uma vaca para a filha
urgente. “Essa menina nunca viu uma vaca na vida”, dizia ela.
Vacas,
minhocas, borboletas... Vocês veem muitas borboletas por ai? Eu não.
Imagino
como serão os zoológicos que meus netos visitarão...
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