O dia do meu menino não é fácil. Todos os dias sai de casa as 7 da manhã
e volta as 7 da noite. Doze horas do seu dia são gastos na escola, sua segunda
casa. Estuda pela manhã , almoça, descansa e a tarde faz tarefa, brinca, faz
natação, karate... Tudo isso na escola.
À rotina diária, acrescenta-se futsal e inglês duas vezes por semana
cada. Questiono-me todos os dias se
estou fazendo as melhores escolhas. Será que é isso mesmo?
Ele reclama de cansaço raras vezes, mas reclama. Diz que quer mais
tempo para brincar, assistir televisão... E eu quero mais tempo para ele fazer
música, capoeira, ir ao cinema, ler mais livros...
O tempo sempre me inquietou. Sempre tive pressa em viver e parece
que o dia dos meus meninos reflete isso.
Acho que crianças devem brincar e devem ter o “tempo de não fazer
nada”. Mas ao mesmo tempo acredito que frutos são colhidos quando se trabalha.
Penso nas crianças chinesas submetidas a um regime extremamente rígido de educação
e tenho pena. Logo depois vejo essas mesmas crianças sorrindo orgulhosas com
suas medalhas olímpicas, seus projetos científicos premiados, seus concertos
aplaudidos de pé. Nada é de graça.
O meu medo maior não é de sobrecarregar e sim de não expor meus
filhos às coisas certas. Acredito que estou perto o suficiente deles para ver e
entender quando limites forem ultrapassados. Para tanto os observo. Porém, ler
meus meninos não é fácil e muitas vezes frustrante.
Dúvidas, dúvidas, dúvidas...
E tem tanto mais que eu gostaria que ele
experimentasse...
André canta alto a música "Agenda infantil" do Palavra Cantada (Um minutiiinho) toda vez que estamos escultando esse CD no carro em nossa idas e vindas... Por que será? Alfinetadas na nossa rotina diária...
Iusta, esse também é meu questionamento diário, principalmente porque coloquei meu caçula de três anos no integral também. Sei que eles adoram ficar me casa e brincar com as coisas deles, mas como fazer isso sem ter ajuda profissional e a gente trabalhando o dia todo... Com essa nova lei das domésticas (que apoio muito) vai ficar cada vez mais caro e difícil. E como fazer? Deixar de trabalhar para dar esta qualidade de vida para eles? E nossa vidade profissional? Mas e a vida deles? Dúvidas, dúvidas, dúvidas...
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