Cresci ouvindo o meu pai dizer que eu podia
contar com ele pro que desce e viesse. Para qualquer coisa.
E, embora não muito presente fisicamente
durante minha infância e adolescência, ele gostava de dizer que presença física
não era fundamental, o que importava era a garantia do apoio quando necessário.E este de fato sempre existiu.
Não sei se acho que isso seja uma boa
estratégia com filhos, mas respeito e até acho que pode funcionar, dando agora
os devidos créditos a minha mãe, presente em todos os momentos, sempre.
Mas admito usar esta filosofia com meus
amigos. Sou um pouco ausente, não gosto de telefonemas, mas amo meus amigos. E
os tenho com um apreço enorme, dedico a eles boa parte dos meus pensamentos e
dos meus desejos de felicidade.
Sou péssima em consolar, faço arrodeio com
muitas verdades a serem ditas, não dou muito crédito para bajulices, mas amo
meu amigos.
Não ligo diariamente, mas ligaria às 3 da
manhã se necessário para minha melhor amiga de infância Aline Rebouças, e meus
melhores amigos de adolescência Andrea Peixoto e André Aquino Alvarenga. Não
falo com eles há mais de uma década. A vida nos afastou, mas de alguma forma
sei que posso contar com eles.
Amizade é assim. Assim como Iane Lima.
Minha linda amiga que vejo apenas uma vez por mês. E olhe lá.
Falo tudo isso por que há 4 dias chorei ao
ver André, de 6 anos, despedir-se de um amigo. Tinham passado a tarde juntos,
só isso, e agora André voltaria para casa, triste ao deixar a casa do Davi.
O amigo não era qualquer amigo e a
despedida não foi qualquer despedida. Davi é o melhor amigo do André, daquelas
amizades muito mais por empatia que por convívio. Amizade boa, que dá gosto de
ver. A despedida foi de filme, gênero drama, com direito a dedos entrelaçados
resistindo à porta do elevador que se fechava.
Eu chorei um choro discreto, sincero. Alí
estava o prenúncio de uma despedida muito maior. Davi mudará de casa, de
cidade, de país. Falta um mês apenas. E embora André e Davi não saibam a
dimensão do que está para acontecer, eu sei.
Mas tem nada não. Como dizia meu pai e
tantos outros, o que importa não é a presença física... Se serve de consolo,
eles tiveram tardes memoráveis juntos, compartilharam risadas altas, acolheram
os irmãos nas brincadeiras, esbanjaram companheirismo.
Porém sei que a memória é traiçoeira e o
tempo cruel, principalmente para as crianças. Farão outras turmas, terão novos
melhores amigos, colecionarão acontecimentos. Fica a vontade de uma novo encontro
para compartilhar tudo isso no futuro.
E que venham mais encontros na vida. Podem
ser rápidos. Podem ser infrequentes. Mas que sejam entre bons amigos.
Oi Iusta, Que lindo! Muito obrigada! A amizade dos meninos é muito especial. Com a distância vindo por aí, gosto de acreditar que em algum lugar da memória, da alma, ficam todos os bons momentos! Já estamos planejando uma nova aventura na neve! Na próxima fotografia, estarão empacotados de roupas e cobertos de neve! Com o mesmo sorriso travesso! Beijos.
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