Passei
a terça-feira meio angustiada.
Logo
cedinho escuto no rádio a notícia que um avião havia caído.
Odeio
avião e essas notícias reafirmam meu temor de voar.
Imagino
as mães dentre as 150 vítimas. Mães com filhos pequenos.
A
vida é difícil e muito complicada. Muitas vezes a gente só precisa estar perto.
Outras tantas a gente não pode fazer mais nada além disso.
Por
isso eu não queria morrer jovem. Além de ter muito o que eu gostaria de ver e
fazer, tem os meninos. Eu quero estar do lado deles. Sei lá, caso eles
precisem, caso seja o único alento.
Outro
dia o Chelsea perdeu para o paris Saint Germain na liga dos campeões. André
chorou inconsolavelmente. Eu nem sabia que ele torcia tanto assim pelo Chelsia.
Agora sei. Mas o fato é que não tinha nada a ser dito para consola-lo. Eu o
abracei e disse: A mamãe está aqui.
Igor
caiu e quebrou o dente da frente quando tinha 2 anos e meio. Muito sangue,
muito choro. Visitas ao dentista já não são muito prazerosas por si só, imagine
quando envolvem exames e intervenções em uma criança de 2 anos. Não pude
prevenir o acidente nem tampouco impedir que a intervenção odontológica fosse
feita. A única coisa que fiz foi segura-lo forte para que os procedimentos
fossem feitos e sussurrei em seu ouvido: Calma, a mamãe está aqui.
E eu
tento estar sempre lá. Na pancada mais forte, no pênalti perdido, na nota baixa
na prova, na apresentação da escola, na queda de bicicleta.
A
neurofisiologia por certo tem uma explicação plausível. O cérebro desenvolve-se rápido nos primeiros
anos de vida. Novas conexões e associações são feitas a depender das
experiências vividas pela criança.
A
complexa relação entre o sistema límbico e os outros sistemas de comando do
corpo deve guardar vias neuronais especiais para mensagens vindas de pais e
mães. Os impulsos gerados por elas correm mansos, afagando e acalmando os
sentidos. Ao ouvir “A mamãe está aqui” sei que a dor melhora e o coração
acalma. Eu sei.
Já o
coração da mãe... Esse só sofre. A angústia gera aperto, deixa o coração
pequeninho, e o amor pelo filho, que quase já não cabia, agora extravasa em
enxurrada. Derrama em lágrimas, abraços, beijos constrangedores em público.
E o
amor doe e pesa.
Meninos,
mamãe está triste mas a mamãe está aqui. Pode contar comigo.
Legal!
ResponderExcluirGostei muito, lembrei da mamãe, sempre tão amorosa... 💋
ResponderExcluirTexto sublime. Parabéns. Não acompanho nem sou fã de blog nenhum, mas é impressionante como estou lendo constantemente as postagens da "folga da babá ". Muito bom mesmo!
ResponderExcluirMuito obrigada Sérgio. Fico feliz.
ExcluirLindo texto!
ResponderExcluirEmocionada aqui...
Parabéns!