Igor, para qual cachoeira você quer ir? Para nenhuma! |
O
que não vemos nas fotos e muito menos é exposto em redes sociais. Foi
exatamente isso que me deu vontade de escancarar aqui no blog quando falamos de
viagens com crianças.
Viajar
é a melhor coisa do mundo. Nós fazemos questão, sempre que podemos, de viajar
com nossos dois filhos. Abrir os horizontes, conhecer outras culturas, ver de
perto o que estudam nos livros.
Planejamos
nossas viagens com cuidado, programamos passeios e tentamos mesclar diversão e aprendizado sobre cada destino que
escolhemos.
Abuso no meio do cerrado. |
Nossa
ultima viagem foi para Pirenópolis. Cidadezinha linda no interior de Goiás a 2
horas de carro de Brasília. A cidade é conhecida pelas trilhas ecológicas,
pelas cachoeiras e pelo seu artesanato.
Perfeito!
Oportunidade de ficar em contato com a natureza, caminhar no meio do cerrado
com os meninos e ainda tomar um banho de cachoeira para tirar a zica.
Tudo
isso aconteceu. Exploramos paisagens indescritíveis que eu só havia visto em
filmes. Vimos tucanos voando livres no céu, ouvimos o barulho ensurdecedor das
cigarras no meio da mata, topamos com um jatobá gigante e tomamos muito banho
de cachoeira.
Jatobá gigante |
Registramos
os passeios em foto e vídeo. Os sorrisos, as paisagens... Porém muita coisa
aconteceu que não registramos mas que merece ser recordado e servir de lição.
Acontece
que nem sempre os nossos planos estão em congruência com os dos meninos. E como
quem manda somos nós, a parte prejudicada sempre estrebucha. E haja choro e
abuso.
Entendemos
que não devemos impor aos meninos uma programação intensa. Que criança satura e
cansa mais facilmente. Isso tudo sabemos.
O
problema é que o que parece importante e interessante para mim, 37 anos, não é
exatamente o que um menino de 4 anos julga ser legal naquele momento. Eu
explico, o pai argumenta, mas os meninos sempre acham que “pode ser depois”, acreditam
que podem adiar o momento da descoberta.
A
inocência é linda e necessária na infância, mas é extremamente irritante.
Banho de cachoeira. Um dos muitos. |
É
injusto com os pais. Só eu sei que não podemos deixar para depois. Sei que essa
talvez seja a única oportunidade de vermos o que está diante dos nossos olhos.
Temos que viver cada momento intensamente aproveitando as oportunidades de
conhecer coisas novas. Sei que adoecemos gravemente, que ficamos por um tris.
Eu sei que eles crescem. Sei que muito provavelmente não voltarei a Pirenópolis
nesta vida. E talvez nem os meninos voltem por lá.
Aplacando
um pouco a revolta, não os recrimino. O parque aquático da piscina do hotel era
muito bom para ser deixado de lado. E o campinho de futebol indoor então?
Não
me entendam mal. Conseguimos fazer tudo que queríamos, mas quase tudo foi antecedido
por pelo menos 30 minutos de abuso. E haja paciência... Conversa, compreensão e
fé na vida.
Parquinho do hotel no final do dia |
Reclamam
para ir, divertem-se ao chegar. Pulam, correm, brincam e gargalham. Então
compensa o abuso e vale o investimento mas drena muita energia.
Com
jeitinho fiz tudo que eu queria. E com a alma lavada com a água da cachoeira e
a mente limpa com o barulhinho da mata, voltávamos ao hotel. E vinha o agrado e
meu desencargo, parque aquático do hotel até escurecer.
É
isso, viajar com criança requer planejamento, mas acima de tudo mente leve. Com
jeitinho e paciência todo mundo curte o que há de curtir. E vamos planejando a
próxima viagem!
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